80 anos: Iphan e Museu Nacional de Belas Artes celebram juntos oito décadas de criação
Criados
em 13 de janeiro de 1937, o Instituto do Patrimônio Histórico e
Artístico Nacional (Iphan) e o Museu Nacional de Belas Artes (MNBA),
celebraram juntos a data em lançamento do livro Alegoria às Artes - Léon Pallière,
nesta sexta-feira, 13 de janeiro, no Rio de Janeiro (RJ). A obra, de
múltipla autoria, retrata o processo de restauração e a pesquisa
histórica da monumental tela “Alegoria às Artes”, restaurada pelo PAC
Cidades Históricas, dirigido pelo Iphan, e atualmente em exposição no
MNBA.
A presidente Kátia Bogéa destacou a parceria de
longa data entre o Iphan e Museu, que esteve integrado à estrutura do
Iphan até 2009, quando foi incorporado pelo Instituto Brasileiro de
Museus (Ibram).
“Se cruzarmos as histórias das duas
instituições, veremos que o princípio de preservar e resgatar a beleza
histórica de tantos bens, pensando nas gerações atuais e futuras, nos
brasileiros e estrangeiros, em permitir que o acesso à cultura não seja
limitado a uma determinada época e público, é um ponto que sempre
tivemos em comum. O Iphan e o Museu trabalharam juntos em diversas
ações, como em seu tombamento em 1973, a restauração de suas instalações
e, por último, a restauração da tela Alegoria às Artes, de Jean Léon
Pallière, que envolveu também o Instituto Brasileiro de Museus e o
Consulado Geral da França no Rio de Janeiro. É um orgulho para o Iphan
ter como parceiro o Museu de Belas Artes. Esperamos que nossa parceria
se perpetue e que nos próximos aniversários tenhamos ainda mais motivos
para celebrar”, afirmou Kátia.
A restauração completa da obra prima de Jean
Leon Pallière intitulada Alegoria às Artes, datada de 1855, conta com
dimensões de 3,5m x 4,15m, e recebeu investimento de R$ 578 mil do PAC
Cidades Históricas. Os técnicos mapearam as áreas danificadas, como
rasgos, perda de pintura, entre outras atividades. Todo o processo
iniciado em 2014 resultou no livro lançado no MNBA.
A cerimônia contou também com a presença do
presidente do Ibram, Marcelo Mattos Araújo, da diretora do Museu, Mônica
Xexéo, do diretor do PAC Cidades Históricas, Robson de Almeida, entre
outras autoridades. Outros dois trabalhos de Pallière – Retrato do
pintor italiano Jacopo ou Giacomo Robusti, dito Tintoretto e Retrato do
pintor flamengo Peter Paul Rubens também foram restaurados por meio do
PAC Cidades Históricas e estão disponíveis para visitação até 12 de
março deste ano no MNBA.
O livro
A pesquisa histórica do livro, que começou a ser elaborado em paralelo ao restauro da tela, iniciado em 2014, foi desenvolvida pelos pesquisadores Pedro Xexéo e Adriana Clen. Entre outras descobertas, a dupla confirmou que a tela não foi pintada na Itália e sim sob a supervisão do então diretor da Academia Imperial de Belas Artes, o critico de arte e artista plástico Araujo Porto Alegre, aqui no Rio de Janeiro.
A pesquisa histórica do livro, que começou a ser elaborado em paralelo ao restauro da tela, iniciado em 2014, foi desenvolvida pelos pesquisadores Pedro Xexéo e Adriana Clen. Entre outras descobertas, a dupla confirmou que a tela não foi pintada na Itália e sim sob a supervisão do então diretor da Academia Imperial de Belas Artes, o critico de arte e artista plástico Araujo Porto Alegre, aqui no Rio de Janeiro.
Outro levantamento dos pesquisadores concluiu
que provavelmente a tela foi deslocada no 1º semestre de 1909 para o
prédio da Escola Nacional de Belas Artes, que atualmente abriga o Museu
Nacional de Belas Artes.
Um capítulo importante da publicação, de
autoria da restauradora Larissa Long, aborda a história da criação do
laboratório da restauração do MNBA, no tempo da diretora Maria Elisa
Carazzoni, no inicio dos anos 1970.
Para o museólogo Pedro Xexéo, esta obra e mais
os retratos que foram feitos por Leon Pallière representam as únicas
obras sobreviventes que decoravam o prédio da AIBA, e representam “um
importante testemunho desta época do século XIX, de grande relevância
para a formação da cultura brasileira”.
O livro “Alegoria às Artes – Leon Pallière”,
foi escrito por Pedro Xexéo, Adriana Clen, Wallace e Denise
Guiglemeti, Guadalupe Campos, Antonieta Middea, Fernando Vasques e
Larissa Long. A publicação da Contra-capa editora e possui 218 páginas.
Jean Leon Pallière Grandjean Ferreira
Nascido no Rio de Janeiro em 1823, o litógrafo, aquarelista, decorador e professor era filho do pintor Arnaud Julien Pallière (1784 - 1862) e neto do arquiteto Grandjean de Montigny (1776 - 1850).
Nascido no Rio de Janeiro em 1823, o litógrafo, aquarelista, decorador e professor era filho do pintor Arnaud Julien Pallière (1784 - 1862) e neto do arquiteto Grandjean de Montigny (1776 - 1850).
Mudou-se para Paris em 1830, retornando ao
Brasil em 1848 passando a estudar na Academia Imperial de Belas Artes
(Aiba). Com nova estadia na Europa e de volta ao continente americano em
1855, Pallière realiza a série Alegoria das Artes Plásticas para o teto
da biblioteca da Aiba, no Rio de Janeiro. Na década de 1860, percorre o
litoral brasileiro publicando em 1864 o Album Pallière. Escenas
Americanas. Reducción de Cuadros, Aquarelles y Bosquejos, composto de
cerca de 50 litografias de trabalhos realizados em suas viagens.
PAC Cidades Históricas
O programa é um avanço nas políticas culturais no Brasil, atuando em 44 cidades, de 20 estados da federação, com a disponibilização de R$ 1,6 bilhões para obras públicas. O PAC Cidades Históricas vai além da recuperação de monumentos, utilizando a preservação do patrimônio como eixo indutor para geração de renda, agregação social e afirmação da identidade cultural.
O programa é um avanço nas políticas culturais no Brasil, atuando em 44 cidades, de 20 estados da federação, com a disponibilização de R$ 1,6 bilhões para obras públicas. O PAC Cidades Históricas vai além da recuperação de monumentos, utilizando a preservação do patrimônio como eixo indutor para geração de renda, agregação social e afirmação da identidade cultural.
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